quarta-feira, 7 de maio de 2008

Ordem e Progresso - Corrupção e Ipunidade

A absolvição do mandatário do assassinato da missionária Doroth no Pará, demosntra mais uma vez (e casos como estes temos de sobra) o grande mar de lama que se assenta esse país chamado Brasil. "Corrupção e Ipunidade", cairiam muito bem na substituição do lema positivista da nossa bandeira.
"Ordem e Progresso" chega as vezes a soar um tanto ridículo, em um país onde prospera o completo descaramento das elites nacionais, que mandam e desmandam em todas as intituições e instâncias nacionais. Ora, o "homem cordial" de Sergio Buarque de Holanda, está mais vivo que nunca (veja artigo "O homem cordia, ontem, hoje, mas até quando?", neste blog), a´liás, de roupagem democrática ele é ainda mais eficaz e a justiça como seu principal protetorado desempenha um papel de vanguarda na defesa de seus anseios. Na prática da ipunidade.
O Brasil é um país ainda mais ridículo pelo seu povo. O mesmo que faz plantão na casa ods Nardoni, pedindo justiça e ameaçando linchamento dos acusados, é o mesmo que não se importa com as roubalheiras, o descaso, a cara de pau, falta de compromisso de grande parte dos políticos brasileiros; o mesmo que não se preocupa com o futuro do nosso país (tornando-o por isso ridículo), esquecendo que é do interesse e do compromisso político que nasce um futuro melhor para a coletividade; e por fim, é o povo pouco inclinado à reflexão e tem como lema algo do tipo "chupa que é de uva".
Por isso tudo, e muito mais, O Brasil é um país ridículo...
Nós somos, e Eu sou, talvez, o maior de todos os ridículos por me preocupar com isso tudo.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Idiotas que somos...

Antes, um pouco mais jovem, acreditava que os políticos tentavam nos fazer de idiotas;
Ao tentar entender um pouco mais como as coisas funcionavam, passei a perceber que eles acreditam que somo idiotas;
Mas hoje, com um pouco mais de clareza sobre a questões, percebo que realmente somos um bando de idiotas.
Viva a políticagem nacional;
Viva as inaugurações de praças em ano eleitoral.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

AÇÃO POLÍTICA E VIOLÊNCIA

É bastante comum ouvir de um grande número de pessoas, que não gostam de discutir, ou não se interessam por política, o clássico “não gosto de política”. Essa expressão, certamente uma das principais motivações da doença degenerativa com que se encontra o Brasil, vem acompanhada com a falta de compreensão do que seria política. Não pretendo aqui ensinar o que essa palavra significa, talvez nem conseguisse realizar tal tarefa. Contudo, é muito claro que a palavra “política” não significa algo externo a nossa existência; algo que temos o direito de nos aproximarmos ou não.
Ao longo de nossa História, e de forma mais ampla, ao longo da História da luta de classes, as questões relativas ao nosso governo – de nossas vidas – foram e são tratadas de forma proposital como entidades exteriores a vivência das pessoas comuns. Em outras palavras, o indivíduo comum não possui a prerrogativa de decidir cotidianamente sobre sua existência, pois isso fica a cabo de pessoas especiais, iluminadas. No máximo, o cidadão possui o direito de bienalmente comparecer às sessões eleitorais para escolher os governantes que decidirão os rumos do Município, do Estado, do País.
A despeito das motivações que aparecem dispersas para se tornarem seres mais ativos, as pessoas são bombardeadas com informações, sejam em comerciais, novelas, filmes, noticiários, músicas, entre outros meios, para se tornarem simplesmente o Homer Simpsom. A despeito dos esforços de alguns poucos, os meios de comunicação em massa tratam de realizar um papel eficaz de manter a ordem social, a ordem em que nascemos, a ordem burguesa.
A situação grave em que se encontra atualmente o nosso país, a muito já atingiu um estado alarmante. Essa constatação, certamente obvia para muitos, poderia ser discutida observando-se vários aspectos, mas gostaríamos de ressaltar um: a violência.
Os muitos anos de descaso com serviços essenciais, como saúde e educação, aliado à exploração dos trabalhadores – más condições, pouca oferta de trabalho e baixos salários – produziram ao longo de nossa história uma massa marginalizada. Marginalizados os ex-escravos após a abolição, marginalizados os imigrantes do interior do país nos centros urbanos. Marginalizados e concentrados nas periferias, guetos e favelas.
Havia um tempo que ainda era possível para a ordem vigente – a burguesa – manter a massa de excluídos em “ordem” apenas através da repressão e da cultura de massas. Mas ao mesmo tempo, e inevitavelmente, construiu-se um Frankstein tão forte e intenso que já não se pode controlar-lo.
Esse Frankstein se chama “violência”. Ora, certamente me dirão muitos, a violência é algo inato ao surgimento da sociedade, e isso já falaram muitos filósofos Iluministas. Contudo, tratamos aqui de discutir a violência construída através das tensões sociais em terras tupiniquins.
Agora que a repressão, a polícia já não consegue evitar que os “degenerados sociais” desçam ao asfalto, cheguem aos pontos turísticos, a violência tornou-se uma “questão nacional”, alardeada pela imprensa e acompanhada por passeatas pela paz na zona sul. Agora que a violência deixou de ser problema apenas de pobres, que o tráfico passou a produzir outros efeitos além dos efeitos das drogas nos filhinhos de papai e do enriquecimento às figuras eminentes da sociedade brasileira, esta também passou a atingir as nobres famílias, as elites. E agora é preocupante.
Sendo assim, é necessário discutir a violência, não na onda da “Tropa de Elite”. As elites, agora atingidas, caminham para o encastelamento e aumento da repressão. Ao mesmo tempo, suas instituições falidas se entorpecem com a corrupção e inoperância, aumentando ainda mais a situação caótica do país.
A meu ver, resta-nos – nós que não fazemos parte da elite e corremos diariamente os riscos dos assaltos aos ônibus por exemplo - uma alternativa: rever nossa posição no que se refere ao conceito de política. Frequentemente, durante as reuniões do Fórum Permanente de Mobilização Popular, espaço de discussão que estamos contribuindo para sua construção em São Lourenço da Mata, cidade onde moro, venho colocando para as pessoas que devemos intervir cada vez mais e de forma mais decisiva sobre as questões relativas ao nosso governo – do âmbito municipal ao federal – pois disso depende nossa existência.
Com isso quero dizer que, ou participamos mais ativamente do que genericamente chamam de política, ou continuaremos colocando nossa existência e a de nossos filhos – presentes ou futuros – nas mãos da sorte ou mais provavelmente, da tragédia. A violência não é abstrata, talvez os índices até pareçam, mas a escalada do número de homicídios e os enfrentamentos entre o crime desorganizado e a polícia nos colocam em uma situação mais trágica que a maioria dos países em guerra. Isto é perceptível, nem que seja pelo aumento dos programas dedicados a noticiar a violência nas emissoras de Tv.
Enfim, para ser mais claro, ou nos inserimos, nos compromissemos em mudar os rumos do governo do nosso país, tirando-o das mãos das elites que o sempre desgovernou; deixemos de acreditar em ilusões como a de um presidente que afirma não ver o crescimento do desmatamento na Amazônia, assim como o de tantos outros problemas.
Tomemos uma atitude, passemos a discutir, a buscar alternativas e abandonar a covardia. Em minha opinião, não apenas a violência, mas todos os problemas que afligem nossa sociedade, não se tratam de uma simples questão de escolha. A crise em que se encontra nossa sociedade foi construída através da exploração do trabalhador por parte das elites, assim, é necessário se posicionar na luta de classes.
Qual é a sua opinião?

Henrique Nelson da Silva

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

No Telhado

Não tinha muito que fazer agora
subiu no telhado, observou as estrelas
buscou iluminar-se com o brilho da mais distante
e com isso clarear seus pensamentos
lembrou-se da vida, mas não apenas da sua
mas da miséria dos outros
e também de suas derrotas, e também das desventuras
das caricaturas, das mentiras e ruínas
lembrou-se das meninas, do pedaço de atenção que lhes concedia
recordou do tempo, das pessoas naquela imensa fila
também da confusão da gente que passa, e que às vezes desvia
desvia do compromisso, da liberdade
não possuía tantos pensamentos, mas agora lhe saltavam as recordações
que sob o passado, pululavam, imemoriais no presente e no futuro
e assim não se sentiu mais só, sentiu alegria
de viver, de perder, de ganhar
do bem e do mal
de sorrir e chorar, não mais no vão vazio
desceu o telhado, pisou o chão, respirou a satisfação de acordar
de prosseguir nessa difícil luta
que é a vida.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

A BAILARINA DO CIRCO




E lá vem ela, graciosa
com seus lentos passos, charmosa
a música, os gritos, delirantes
Com sua dança, ela vem
Vem mostrando seu encanto, deslumbramento
Tudo é magia, é luxúria
E eu perdendo meu controle, meu senso
Meus sentidos

Sua arte, seu corpo
Sua dança luxuriosa
Seu brilho, pernas, lábios
Encantamento – minha perdição


Mas ela vem, compasso gracioso
Com suas meias rasgadas
Roupa desbotada, batom borrado
Mas nem parece, nem percebo
Pois encantado, perdido - estou
Em sua voluptuosa pele morena
molhada pelos pingos da chuva
que atravessam os furos da lona
incapazes de abrandar o calor
o meu calor, o meu desejo

Sob seus pés, o palco desgastado
Diante de tantos anos de sonhos, desejos
Sobre si, sua história, renovada a cada noite, cada espetáculo

Minha bailarina,
Perdoe-me se já não me lembro do teu rosto
Se não mais te desejo, se tu já não mais me encantas
Mas, naquela noite, naquele espetáculo
talvez você não saiba, mas você dançou para mim
me fez sonhar, te desejar
E eu fui teu
Ah, doce lembrança